As profundas desigualdades sociais e econômicas, a violência permanente de redes criminosas e forças de segurança, assim como a constante repressão e criminalização dos defensores e defensoras dos direitos humanos continua castigando as Américas, declarou a Anistia Internacional aos líderes regionais antes do início da cúpula regional que começa amanhã (10) no Panamá.

As diversas questões de direitos humanos foram expostas em uma carta aberta enviada aos chefes de Estado e de governo das Américas quando de sua reunião, esta semana, na cidade do Panamá para celebrar a VII Cúpula das Américas. A participação de Cuba pela primeira vez constitui um marco histórico.

“Enquanto os dirigentes se reúnem em luxuosos cenários na cidade do Panamá, em toda a região os cidadãos e cidadãs comuns sofrem. Desde as populações indígenas que tentam proteger suas terras das empresas multinacionais até os manifestantes mortos ou mutilados na Venezuela e no Brasil, passando por aqueles que a cada novo dia acordam sem seus filhos desaparecidos no México: os direitos humanos estão sendo pisoteados nas Américas”, afirmou Erika Guevara-Rosas, diretora do Programa Regional da Anistia Internacional para a América.

O tema central da Cúpula das Américas é: “Prosperidade com Equidade: O Desafio da Cooperação nas Américas”.

“Os líderes mundiais têm uma oportunidade para abordar as profundas desigualdades sociais e econômicas na região e comprometer-se a tomar medias concretas para promover o desenvolvimento de políticas que tenham em seu ponto central os direitos humanos para todas as pessoas. Que este seja o dia em que os governos das Américas trabalhem juntos para criar uma vida melhor para todos”, disse Erika Guevara-Rosas.

Somente em 2014, a Anistia Internacional registrou vulnerações do direito internacional pelas forças de segurança no seu uso da força no Brasil, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, México, Peru e Venezuela.

A carta aberta destaca também o aumento do número de pessoas migrantes vulneráveis na América Central, sobretudo menores de idade; o desafio que enfrentam as ações de campanha dos povos indígenas para proteger suas terras ancestrais; a segurança pública e a repressão de comunidades marginalizadas e manifestantes nas Américas; e a difícil situação das mulheres e meninas presas em virtude da proibição do aborto em vários países, como Chile, El Salvador e Estados Unidos.

Recentemente, a Anistia Internacional publicou seu Informe Anual 2014/15 com uma perspectiva regional e uma análise do contexto de direitos humanos país por país.

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