Ao aproximar-se a marca dos primeiros 100 dias do Presidente Donald Trump na Casa Branca, este sábado, 29 de abril, a Anistia Internacional analisou e compilou uma lista sobre as 100 maneiras com que a nova Administração tentou ameaçar os direitos humanos nos Estados Unidos e pelo mundo inteiro – em alguns casos conseguindo-o, noutros sendo bloqueada por um poderoso e cada vez maior movimento de resistência.

“Estes primeiros 100 dias mostram-nos como a agenda de Trump é perigosa, mas nos dão também um roteiro para travar a luta e proteger os direitos humanos nos Estados Unidos e no mundo inteiro”, aponta a diretora executiva da Anistia Internacional Estados Unidos, Margaret Huang. “Quando começamos o trabalho de documentar estes primeiros 100 dias, não demorou muito tempo para identificarmos 100 formas em que a Administração ameaçou os direitos humanos. E o que é incrível não são apenas todas estas maneiras com que a Administração Trump tentou negar aos cidadãos a liberdade, justiça e igualdade – mas sim todas as formas como a sociedade civil reagiu e recusou que tal se concretizasse”, congratula a perita da organização de direitos humanos.

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De entre as ameaças aos direitos humanos registadas nos primeiros 100 dias, a Anistia Internacional listou:

  • Práticas de controle de fronteiras abusivas na fronteira entre os Estados Unidos e o México, que tratam as pessoas como criminosas quando se deslocam rumo a território norte-americano em busca de asilo que as proteja da violência;
  • Limitações extremas no acesso das mulheres a cuidados de saúde reprodutiva nos Estados Unidos e pelo mundo inteiro;
  • Revogação das proteções dos trabalhadores LGBTI (lésbica, gay, bissexual, transgênero e intersexual), assim como des estudantes transgênero.
  • Autorização do avanço do sistema de oleodutos Dakota Access Pipeline sob o leito do rio Missuri, próximo à reserva sioux de Standing Rock, ameaçando a fonte de água para esta e outras tribos na região.

A lista feita pela Anistia Internacional inclui também exemplos de tentativas desta Administração de pôr em prática políticas que violam os direitos humanos e que foram bloqueadas, em parte devido a uma contestação em larga escala da sociedade civil e a oposição política. É o caso de:

“Seja fechando as fronteiras, virando as costas aos refugiados, tentando banir os muçulmanos dos Estados Unidos ou encorajando violadores de direitos humanos no mundo inteiro, o Presidente Trump parece decidido a alimentar os focos de conflito fora das fronteiras do país ao mesmo tempo que fecha a porta a quem foge da violência”, critica Margaret Huang.

A diretora executiva da Anistia Internacional Estados Unidos sublinha que “já aprendemos que quando nos juntamos e lutamos unidos, podemos fazer a diferença”. “As ameaças da Administração Trump aos direitos humanos continuam a existir – mas também a determinação em as derrotar”, remata.

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Leia a lista inteira das 100 medidas de Trump que ameaçam os direitos humanos, disponível do site da Amnesty International, em inglês.