A visita da blogueira cubana Yoani Sánchez ao Brasil significa que ela finalmente foi capaz de exercer seu direito à liberdade de movimento, como assegurado no Artigo 13 da Declaração Universal de Direitos Humanos. Desde maio de 2008, ela havia solicitado vinte vezes visto de saída ao governo cubano. A Anistia Internacional apoiou seus esforços para garantir seu direito de ir e vir e intercedeu junto às autoridades cubanas e brasileiras para que tornassem isso possível.

A história de Yoani Sánchez é um dos casos do relatório “Transformando Dor em Esperança: defensoras e defensores dos direitos humanos nas Américas”, publicado pela Anistia Internacional em dezembro de 2012. A organização acompanha outros casos em Cuba, em temas como liberdades de expressão, de associação, e de reunião pacífica e presos de consciência – entre eles o jornalista Calixto Ramón Martínez, detido por suas reportagens críticas das políticas de saúde cubanas, e o movimento Damas de Branco, formado por mulheres e familiares de presos de consciência.

A Anistia Internacional está preocupada com a repressão aos ativistas políticos e de direitos humanos e aos jornalistas e blogueiros independentes em Cuba, por meio de detenções arbitrárias, intimidações e assédios, como os chamados “Atos de Repúdio” nos quais apoiadores do governo cubano buscam intimidar ativistas e suas famílias.

Os protestos contra Yoani Sánchez no Brasil são parte legítima do direito à liberdade de expressão, mas agressões físicas e verbais são inaceitáveis. É fundamental que as autoridades brasileiras garantam as condições para que ela possa exercer seus direitos durante sua visita ao país e exerçam gestões diplomáticas junto ao governo cubano para que as restrições ainda vigentes à livre expressão, reunião e associação sejam definitivamente superadas.