Após o pronunciamento de Issa Tchiroma, ministro das Comunicações dos Camarões, que na segunda-feira, 2 de dezembro, afirmou que os três jovens condenados no último dia 2 de novembro teriam sido libertados, Alioune Tine, diretor geral da Anistia Internacional nas regiões da África Ocidental e Central declarou que:
“Diante de informações explicitamente errôneas que foram divulgadas, mais que negar que Fomusoh Ivo Feh, Afuh Nivelle Nfor e Azah Levis Gob tenham sido presos porque compartilharam uma suposta mensagem de apologia ao grupo Boko Haram, nós exortamos as autoridades camaronesas a libertarem, de maneira efetiva, imediata e incondicional, esses jovens condenados por “crime de consciência”, culpados por não denunciarem atos de terrorismo e sentenciados a dez anos de prisão. Suas libertações não seriam nada mais que justas.”
“Visitamos os rapazes na companhia de seus parentes e de seu advogado na prisão principal de Yaoundé, no dia 21 de novembro. Podemos confirmar que eles não foram soltos e que não tiveram sequer o relaxamento das penas”.
“De forma ampla, reivindicamos às autoridades camaronesas que passem a limpo o conjunto de violações cometidas pelas autoridades e forças de segurança no quadro da luta contra o Boko Haram e sobretudo no caso das 130 pessoas presas nas cidades de Magderne e Double, no dia 27 de dezembro de 2014, cujas famílias continuam sem qualquer notícia delas.”
ENTENDA O CASO
No dia 2 de dezembro, o ministro das Comunicações dos Camarões, Issa Tchiroma, respondendo a uma declaração feita pelo secretário de Estado dos EUA, declarou a respeito do caso dos três jovens que:
“São infundadas as alegações sobre penas de dez anos de prisão dadas a esses jovens por terem compartilhado mensagens de texto que se referiam ao Boko Haram. Na verdade, a instrução pública a respeito desse assunto, em conformidade com a lei de repressão ao terrorismo, resultou no relaxamento de dois dos três acusados. O terceiro teve, no dia 22 de fevereiro de 2016, sua pena diminuída para onze meses de prisão pela propagação de notícias falsas, tendo sido solto após o cumprimento.”
MARATONA ESCREVA POR DIREITOS 2016
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Zeynab Jalalian: ativista política que trabalhou para empoderar os curdos, minoria étnica no Irã, especialmente as mulheres. Em 2008, ela foi presa por suas supostas ligações com o braço militar de um grupo curdo de oposição ao governo do Irã. Clique aqui e conheça todos os casos.
- Comunidade de Santa Rosa, uma comunidade tradicional no Maranhão que luta pela regularização de suas terras;
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Vale do Rio Peace, no Canadá: O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau deve parar com a construção de uma enorme barragem que inundaria mais de 80 km de terra no Peace River Valley, na Colúmbia Britânica, varrendo terras indígenas de caça, pesca e cemitérios.
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Maxima Acuña (Peru): Camponesa do norte do Peru que enfrentou ataques violentos da polícia local por se recusar a deixar a terra onde vive com sua família. Máxima está em uma batalha legal pela posse da terra contra a Yanacocha, uma das maiores empresas mineradoras de ouro e cobre do mundo. Ela acredita que o assédio da polícia é uma tentativa de tirá-la de seu lar. Mas ela não vai sair.
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