Neste dia 07 de agosto, veio a público a informação de que o inquérito da Polícia Civil do Estado da Bahia, concluído na semana passada e enviado ao Ministério Público, indicia 17 policiais pelo desaparecimento de Davi Fiúza. Davi, adolescente de 16 anos, foi desaparecido forçadamente após ser abordado pela Polícia Militar na cidade de Salvador, Bahia, no dia 24 de outubro de 2014.
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“Apesar da lentidão nas investigações, é muito importante que o inquérito sobre o desaparecimento de Davi Fiuza tenha sido finalmente concluído e identificado os policiais responsáveis por este crime. É urgente que o Ministério Público denuncie os policiais responsáveis pelo desaparecimento de Davi e que eles sejam levados a julgamento. A Anistia Internacional permanecerá mobilizada junto à família de Davi para que o caso seja levado à justiça”, afirma Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional Brasil.
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A Anistia Internacional acompanha o desaparecimento de Davi Fiuza desde outubro de 2014, quando lançou uma Ação Urgente de mobilização internacional pedindo a investigação imediata do caso e também denunciou o caso para o Grupo de Trabalho da ONU sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários. Ao longo destes quase quatro anos, a organização também denunciou a morosidade do sistema de justiça na investigação do caso, o risco de interferência nas investigações para proteger os policiais envolvidos e as ameaças à família de Davi.
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“A cidade de Salvador tem um preocupante histórico de impunidade nos casos de violência policial e execuções extrajudiciais. Para mudar este quadro, é essencial que policiais envolvidos em execuções e desaparecimentos forçados sejam devidamente responsabilizados. A conclusão do inquérito sobre o desaparecimento de Davi Fiuza foi um passo importante neste sentido”, afirma Neder.
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“Pessoas que denunciam as violações cometidas por policiais muitas vezes sofrem ameaças e retaliações. As chamadas ‘operações vingança’ também têm sido frequentes em diversas cidades no país. As autoridades da Bahia devem adotar medidas preventivas para garantir a segurança da família de Davi Fiuza e também para evitar qualquer forma de retaliação”, conclui Neder.
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