A Anistia Internacional saúda a decisão do governo do Uruguai em aceitar, por razões humanitárias, seis detidos libertados da base naval dos Estados Unidos na Baía de Guantánamo, em Cuba.

Estes seis homens, que tinham sido presos sem acusação ou julgamento por mais de 12 anos, chegaram ao Uruguai na semana passada.

Embora a Anistia Internacional acredite que os EUA têm a responsabilidade primária de acabar com as detenções em Guantánamo, a organização apela também que outros governos aceitem os detidos libertados, que não podem voltar para seus países de origem, para acabar com seu sofrimento e facilitar o fechamento do centro de detenção.

“As autoridades dos EUA devem garantir que sejam conduzidas pesquisas e investigações independentes e imparciais sobre todas as alegações de violações dos direitos humanos cometidas em Guantánamo ou em outros lugares”, disse Mariana Labastie, diretora executiva da Anistia Internacional Uruguai. “Eles devem tornar públicos os resultados e levar à justiça os responsáveis por crimes de direito internacional, qualquer um que é ou foi responsável”, disse Labastie.

A Anistia Internacional também pede ao governo dos EUA que garanta uma reparação efetiva para todas as vítimas de violações de direitos humanos cometidas neste país.

Anistia Internacional continuará advogando para que mais governos prestem assistência humanitária aos detidos libertados de Guantánamo, que não podem ser enviados de volta aos seus países pela conturbada situação dos direitos humanos em que se encontram.

Outras informações

Quase 13 anos depois de terem levado os primeiros prisioneiros para Guantánamo, ainda existem mais de 136 homens. A maioria deles estão detidos sem acusação ou julgamento.

Alguns vão ser julgados no âmbito de um sistema de comissão militar que não atende aos padrões internacionais de julgamento justo. Dos cerca de 800 homens que foram detidos na prisão, menos de um por cento foram condenados como culpados pela comissão militar, e na maioria dos casos, eles foram à juízo depois de negociar um acordo sobre condenação antes do julgamento

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