Assim como os povos indígenas, as populações quilombolas também sofrem as consequências da demora no processo de titulação de suas terras e da falta de segurança por parte do Estado. Muitas comunidades são alvos de recorrentes ataques por parte de homens armados ligados a fazendeiros e produtores rurais dos arredores.

Conflitos por terra são recorrentes no Brasil e resultam na morte de dezenas de trabalhadores rurais e agricultores familiares todos os anos. Há casos conhecidos como o Massacre de Eldorado dos Carajás (Pará, 1996), quando 19 trabalhadores sem-terra foram assassinados, e o Massacre de Felisburgo (Minas Gerais, 2004), em que cinco agricultores mortos e mais de dez ficaram feridos. Crimes como esses crimes costumam ser marcados pela impunidade e demora em levar os responsáveis à justiça. Dois dos autores do Massacre de Eldorado dos Carajás, por exemplo, foram condenados e presos apenas em 2012, mais de 15 anos após o crime.